As férias acabaram e estava na altura de sair do sofá. Enviaste uns CV’s e eis que te chamaram para uma entrevista. Damn it, é já amanhã e não consegues dormir a pensar em tudo o que pode acontecer. Evita o overthinking. Quer estejas prestes a entrar no mercado de trabalho pela primeira vez ou a pensar em mudar de emprego, aqui vai um round-up de 15 ideias para fazeres a tua checklist mental:
1. De onde vens? Para onde vais?
Revê o teu ponto de partida. O que trazes contigo e o que ainda precisas de recolher para chegar onde queres? Mesmo que não saibas ainda o teu objectivo final, tens com certeza alguma direcção pensada, nem que seja “a direcção oposta de onde estava antes”.
2. Põe as tuas expectativas em check
Balança as tuas expectativas, postura mental, realinha os chackras, tem em consideração que, se acabaste de sair da faculdade, é pouco provável que ganhes um salário milionário. O teu emprego de sonho pode não ser o primeiro passo. Pode ser o terceiro. Pensa num emprego de sonho… que seja realista agora.
3. Procura reviews e feedback
Se tens dúvidas mais profundas, nada como procurar na mais confiável das fontes: good old Internet. Procura forums e comunidades online que discutam as tuas dúvidas de forma aberta. Pode ser um grupo de alumni do teu curso no Facebook, mas as nossas sugestões são o Glassdoor e algumas threads do Reddit. (Aqui na KWAN também estamos abertos a questões!)

4. Pesquisa a empresa
Dá uma de stalker e vê tudo, antes e depois da entrevista. Okay, pode parecer uma atitude um pouco obsessiva, mas vai ajudar-te a compreender a empresa onde podes vir a trabalhar. Algumas empresas não se apresentam antes da entrevista, na área de IT é comum, mas como habitualmente se fazem várias fases, assim que souberes para onde é a proposta …google’em! Até podes pesquisar no LinkedIn, talvez conheças alguém lá com quem possas tirar algumas dúvidas.
5. Está atento a red flags:
Too good to be true? Um quadro demasiado cor-de-rosa pode fazer-te levantar o alerta. Promessas em excesso podem dar-te falsas sensações de segurança ou de perspectivas de futuro. Se não são capazes de responder às tuas perguntas directas e isso te deixa desconfortável, se querem que assines um contrato sem ainda ter um projecto fechado para ti, se não ouvem as tuas preferências e te querem “enfiar” num projecto X quando tens forma de Y… Se cheira a esturro, confia no teu instinto.
6. Plus signs:
Como te sentiste na entrevista? Nem tudo é mau, o teu gut feeling também conta! Se sentiste empatia e confiança durante as entrevistas, até te podes ter sentido em casa ou entre velhos amigos, parece estar tudo bem. Magic Eight-ball says “outlook good”.

7. Bring home the bacon
Duh, …and the dollars too, ninguém se alimenta de código. Vais trabalhar para viver ou viver para trabalhar? É um estágio não-remunerado? O salário compensa aquilo que vais perder ao aceitar este novo desafio? Ou o teu retorno emocional e crescimento pessoal compensam uns euros a menos? Todos queremos o melhor dos dois mundos, mas tem em consideração se o salário paga aquilo que tu vales e se te permite viver a vida que queres viver. Boa vida, ou vida boa?
8. Com quem vais aprender?
A aprendizagem é importante SEMPRE, ok? Os managers e seniors vão ser os teus mentores neste novo trabalho. Deve ser alguém que te compreende, que está do teu lado e te incentiva a ter uma postura de contínua superação, kaizen. O seu talento, generosidade e sabedoria vão dar-te ferramentas inquantificáveis para conquistares os teus sonhos e mais além.
É com eles que vais aprender, mas nem todos são awesome. Há quem tenha sempre a porta aberta para tirar dúvidas e há quem te atire aos leões para ver se sobrevives. Se quiseres identificar um Great Manager durante a entrevista, aprende a reconhecer as suas características. Podes perguntar também se estão planeados programas de treino e formação, ou até apoio para percursos académicos.
Uma boa equipa de management vai orientar-te em projectos que te fazem crescer e aprender; e está lá para te apanhar quando tropeçares. Os managers mais fracos existem numa variedade de formas: micro managers, ausentes, inconsistentes… Mas todos têm algo em comum: privam-te da aprendizagem que mereces.
Penny Herscher in "3 things to look for in your first job"
9. Quem vão ser os teus colegas?
Este tópico não é só um nice-to-have. Vais passar mais tempo com os teus colegas no office do que a chillar em casa. São estas pessoas que vão moldar a tua experiência diária no trabalho. Se achas que não vai haver um bom sentido de companheirismo, provavelmente os teus dias vão ser miseráveis. Vá, não é preciso uma happy hour todos os dias, mas todos precisamos de nos identificar com a nossa tribo, de coexistir num ambiente de confiança e empatia, positivo e produtivo. O ambiente do escritório é moldado por todos, está relacionado com o tópico do fit cultural. #tamujunto

10. Para onde te vai encaminhar?
Há algum plano de evolução interno? Os desafios e responsabilidades são crescentes? Há espaço para ti à medida que a empresa ou o projecto cresce? Este projecto pode ser uma escada para alcançar outros objectivos. As oportunidades de crescimento são preciosas, garantem a continuidade da tua espécie. Mas também depende de ti. O crescimento gera a oportunidade, se há novas tarefas ou projectos para os quais te possas voluntariar, não percas o comboio da tecnologia. Aceita desafios, enfrenta os problemas e alarga o teu skill set. Lembra-te que as empresas estagnadas ou inertes dificilmente te vão proporcionar estas oportunidades. Apanha as ondas no timing certo.
11. Em quem te vais tornar?
O teu emprego de sonho pode não estar ainda ao teu alcance, mas não desesperes. Vê o que poderás ganhar com uma possível proposta. Podes aprender skills que consigas aplicar mais tarde. Podes ganhar experiência numa área mais próxima daquela que pretendes desenvolver. Todas as skills que puderes recolher durante o percurso são “yours to keep”. Make it worth your while: mais vale ganhar valor de mercado enquanto (ainda) não estás onde queres.
12. …e vais ter vida?
A vida não pode ser só trabalho. Ficas doente num instante. Ou no mínimo enjoado do teu ecrã. Precisas de vida fora das 4 paredes do office. Se o horário for demasiado exigente, vais comprometer os teus hábitos sociais, hobbies e a tua saúde mental. Não te esqueças do commute. Se para chegar ao trabalho perdes 4 horas em cada direcção o mais provável é nem teres tempo para comer. Do the math.

13. Vais sentir-te desafiado? Ou…estagnado?
Todos nós precisamos de sentir que o nosso trabalho é reconhecido e de receber críticas construtivas. Mas se o trabalho for sobre-humano vais sentir-te assoberbado e de rastos. Se for demasiado fácil não vais ter de te esforçar, é claro, mas vais sentir-te tão estimulado como se voltasses à primária. O desafio ambicioso mas não impossível é o sweet spot.
14. Choque cultural? Ou almas-gémeas?
O match cultural é imprescindível. Sem este holy grail, o mais provável é quereres fugir a sete pés do escritório assim que baterem as 18h00 e ter febre todas as segundas-feiras de manhã. Há muitos estilos de empresas, mais descontraídas ou mais formais, e cada um de nós sabe onde se sente melhor. Os valores e objectivos da empresa devem estar alinhados com os teus para sentires que estás a trabalhar com um propósito gratificante.
15. Faz perguntas:
Fala com a tua família, amigos, colegas mais velhos ou até professores sobre a experiência deles, seja no mercado da tecnologia ou não. Há conselhos e vivências que são comuns a muitas áreas. Faz perguntas como: “De que te arrependes nos teus primeiros trabalhos?” ou “O que gostavas de ter sabido antes de entrar no mercado de trabalho?”
…e continua a fazer perguntas, especialmente nas entrevistas. Faz perguntas abertas, com os clássicos: “O quê? Como? Quando? Onde? Quem? Porquê?” Questiona sobre o futuro, passado e actualidade da empresa, da área ou da posição que vais exercer. Pesquisa notícias sobre a empresa para saberes que perguntas fazer.
E agora?
…go get ‘em, tiger!
EXTRA, EXTRA: Também convém leres este artigo para saberes como sair a bem da tua empresa.

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