Recentemente, na minha equipe, tomei a iniciativa de propor uma reunião conjunta com nossa Product Owner (PO) com o propósito de alinhar nossos entendimentos relacionados ao planejamento de cenários e às expectativas do negócio. Dessa reunião resultaram lições valiosas que vou compartilhar ao longo deste artigo.
Essa reunião se destacou por dois motivos cruciais, primeiramente, teve o objetivo de estabelecer um alinhamento claro entre as partes, garantindo que todos (PO e QA) estivessem na mesma página; em segundo lugar, proporcionou à PO uma visão abrangente dos cenários que estávamos considerando e planejando. Muitas vezes nos encontrávamos em situações em que nossos esforços de planejamento não eram devidamente compreendidos e nossas entregas passavam despercebidas. Esse desafio motivou a criação desse novo “rito”.
Essa sessão, que poderia ser considerada um “pré-refinamento”, trouxe à tona lições valiosas que compartilharei a seguir. Embora reconheçamos que cada equipe e projeto é único, sendo ágil ou “cascágil”, é fundamental compreender que, independentemente da metodologia e de seu nível de experiência no projeto, a colaboração efetiva permanece como o pilar fundamental do sucesso.
Antes de passar ao tema principal do artigo, acho importante definir alguns conceitos.
Muito importante também, se não sabe o que é uma equipe ágil, uma vez que é um tema já muito explorado no blog, aconselho a leitura desse artigo.
PO e QA – Uma Dupla Imbatível
Vou destacar dois papéis da equipe que, quando trabalham em conjunto, se tornam uma dupla imbatível: o Product Owner (PO) e o Quality Assurance (QA). É muito importante entender o que cada um desses papéis representa. Para ilustrar o papel do PO, vamos compará-lo a um capitão de um navio, e o QA, como o inspetor do navio.

Qual o Papel do PO?
O papel do Product Owner (PO) é então comparado ao de um capitão de um navio, liderando o projeto de forma análoga a uma viagem no mar. O PO, desempenha atividades-chave, incluindo a definição da visão do produto, a priorização do backlog, a tomada de decisões ágeis, a comunicação eficaz com a equipe, a avaliação de riscos, o acompanhamento do progresso e a adaptação às mudanças nos requisitos.
Qual o Papel do QA?
Por outro lado, o papel do Quality Assurance (QA) é ilustrado como o inspetor do navio, responsável por garantir o funcionamento adequado de todas as partes do projeto. O QA realiza inspeções regulares, testa os sistemas, verifica a integridade do produto e assegura que as práticas de qualidade sejam mantidas. Qualquer problema identificado pelo QA é comunicado à equipa, permitindo que sejam tomadas medidas corretivas antes que problemas graves possam ocorrer. O QA desempenha um papel fundamental na antecipação e garantia da alta qualidade do projeto.
Na prática, a agilidade almejada nos projetos nem sempre é tão ágil assim. As complexidades inerentes, os desafios que surgem e as mudanças constantes no cenário podem, por vezes, resultar em uma desaceleração do progresso. Entretanto, é inegável que, em qualquer contexto, a colaboração estreita entre os membros da equipe é a chave.
Por isso, considero que essas lições retiradas da reunião que mencionei no início podem ser muito úteis.
Colaboração Entre o PO e o QA em Um Time Ágil: 5 Lições Para Alcançar o Sucesso
Lição 1: Comunicação Clara é Fundamental
Durante a nossa reunião de alinhamento, ficou claro que a comunicação é o alicerce de uma colaboração bem-sucedida. Discutir e entender as expectativas do negócio e as nuances dos cenários de teste ajudou a garantir que ambos estivéssemos na mesma página. A comunicação regular e aberta é essencial para evitar mal-entendidos e assegurar que todos na equipe compartilhem a mesma visão.
Lição 2: Definindo Critérios de Aceitação em Conjunto
Definir critérios de aceitação é uma tarefa conjunta do PO e do QA. Ambos devem contribuir para garantir que os critérios sejam claros, mensuráveis e alinhados com as expectativas dos stakeholders. Essa colaboração desde o início ajuda a evitar retrabalho e garante que todos tenham uma compreensão comum do que é necessário para que uma história de usuário seja considerada completa.
E como diz o clássico: “Não existem perguntas bobas.” Sua dúvida pode ser a mesma de outros ou o ponto de partida para explorar critérios/cenários inesperados!
Lição 3: Encontrando Equilíbrio Entre Desenvolvimento e Qualidade
Uma das maiores lições que aprendemos é que encontrar o equilíbrio entre a entrega de novos recursos e a garantia de qualidade é um desafio constante. O time deve trabalhar juntos para priorizar as tarefas com base no valor para o cliente e no risco, adaptando o plano conforme necessário. A colaboração é fundamental para tomar decisões informadas.
Neste contexto, a proximidade e proatividade entre DEVs e QAs são essenciais para a correção de defeitos, percepção de cenários e agilidade nas entregas. Faça do DEV seu melhor amigo e cultivem o respeito mútuo.
Lição 4: Compartilhando a Visão do Produto
Para garantir que a visão do produto seja compartilhada, é importante manter um diálogo constante sobre metas e objetivos. Documentação clara e reuniões regulares ajudam a garantir que todos na equipe compreendam os objetivos do projeto e possam trabalhar em conjunto para alcançá-los.
Evidentemente, reuniões excessivas podem ser prejudiciais, por isso é aconselhável comunicar pontualmente as mudanças significativas que possam ocorrer.
Lição 5: Seja um Agente de Mudança
Se a sua equipe ainda não adotou uma reunião de alinhamento entre o PO e o QA, considere ser o agente de mudança. Sugira a implementação dessa prática e mostre como ela pode impactar positivamente a produtividade e a qualidade das entregas da equipe. Sua iniciativa pode ser o catalisador para melhorias significativas.
Colaboração Entre o PO e o QA em Um Time Ágil: 5 Lições Para Alcançar o Sucesso – Considerações Finais
É importante ressaltar que a colaboração entre o PO e o QA não é um passe de mágica. Muitas vezes, a pressão por entregas é intensa, tornando desafiador manter um ritmo constante de alinhamento/pré-refinamento. A flexibilidade é essencial, e mesmo em cenários menos que ideais, fazemos o nosso melhor para garantir que as tarefas sejam executadas com qualidade. Às vezes, é como “arrumar o fusca enquanto o fusca está andando”. O segredo está em perseverar, adaptar-se e nunca desistir, pois é nesse processo contínuo que aperfeiçoamos nossa colaboração e atingimos nossos objetivos.