Neste artigo, vou apresentar as características do perfil generalista do profissional de UX e assim indicar por onde você consegue começar os seus estudos!
A experiência do usuário se traduz por toda a interação do utilizador com o produto, serviço ou empresa. O profissional de UX busca trazer satisfação e solucionar problemas para ambos os lados durante todo o processo, e não uma venda a qualquer custo. O objetivo é projetar uma boa experiência em todos os pontos de contato com o utilizador, sejam eles pontos visíveis para o usuário ou não. Por isso é possível encontrar diversos caminhos para seguir no universo do ux, tudo depende da sua experiência. Neste artigo vou apresentar as características do perfil generalista e assim indicar por onde você consegue dar início seus estudos!
Perfil Generalista
A estratégia de UX depende das métricas e resultados que quer alcançar. O que quero dizer é que não existe receita de bolo para uma estratégia, mas existe um movimento… o UX orientado a resultados, design aplicado a empresas e não apenas uma área da mesma.
Gostaria de fazer uma analogia, quando uma pessoa chega na emergência de um hospital e passa pela triagem, esse é o momento em que vai ser avaliada e encaminhada para o profissional que vai dar início na busca da solução de suas dores. Sendo assim, o profissional que avalia a pessoa deve ter um conhecimento onde saiba identificar os problemas e suas origens, este profissional deve entender quais perguntas deve fazer para orientar o próximo profissional, que seria o médico, até que esta pessoa tenha seu problema solucionado e não precise mais do atendimento.
Consegue notar uma semelhança entre um atendimento hospitalar a uma estratégia de vendas? Como da empresa de restaurantes Outback, onde primeiro você é recepcionado e encaminhado para sua mesa, onde aguarda o próximo profissional que entenderá o seu problema, fome, e o solucionará. A relação dessas analogias com o UX é que tudo segue um processo e cada decisão tem um objetivo a cumprir.
Esse profissional que te recepciona está ali para avaliar suas dores e necessidades, entender o que você precisa, quanto tempo está disposto a esperar por isso, quanto será o investimento. Descobrir essas informações, de maneira agradável sem incomodar, é o objetivo do UX e de diversos profissionais.
E sem mais analogias, abaixo pode conferir outras habilidades que diferenciam o profissional que tem conhecimentos específicos e generalistas ao mesmo tempo, onde solidifica seus fundamentos e se especializa em uma área específica quando atinge mais experiências. Este profissional é conhecido no inglês como T-shaped professional.
Fundamentos
1. Heurísticas de Nielsen
Usar as heurísticas de Nielsen, é crucial para projetar interfaces digitais que sejam intuitivas e eficientes para os usuários. Seguir essas diretrizes resulta em melhor usabilidade, menor incidência de erros e maior satisfação dos usuários. Além disso, essas heurísticas economizam tempo e recursos ao identificar problemas de usabilidade mais cedo no processo de design, projetando uma experiência mais satisfatória e competitiva para os usuários e o sucesso do produto.
Confira mais detalhes das Heurísticas de Nielsen, neste artigo.
2. Leis de UX
Contando com 20 leis reunidas por Jon Yablonski com o intuito de entender alguns princípios psicológicos básicos aplicados ao comportamento dos usuários. Estas leis nos permitem perceber que o consumidor tem hábitos e segue padrões, por isso é interessante que o profissional deixe o usuário à vontade, respeitando esses costumes.
Dentre as leis de UX, é possível citar a Lei de Fitts, a Lei da Proximidade, a Lei da Região Comum, a Lei da Prägnanz e outras. Por exemplo, a Lei de Hick fala sobre como disponibilizar muitas escolhas para o usuário aumenta o tempo e a dificuldade em tomar uma decisão. Cada uma dessas leis aborda um aspecto diferente do design de interface do usuário. Convido você, leitor, a conferir cada uma delas com mais detalhes em Laws of UX.
3. Colmeia do UX
Para projetar boas experiências é preciso que o produto responda as sete facetas de Peter Morville, presidente da consultoria Semantic Studios, são elas:
- Útil (useful): não pode haver equívocos, a existência do produto deve responder a alguma necessidade dos usuários.
- Utilizável (usable): refere-se à facilidade com que os usuários podem interagir com o produto ou sistema.
- Desejável (desirable): o usuário deve apreciar o que está usando.
- Encontrável (findable): projetar sites navegáveis e objetos localizáveis, para que os usuários possam encontrar o que precisam.
- Acessível (accessible): assim como no mundo real temos alternativas, rampas e elevadores, para que todas as pessoas possam acessar um local, no virtual não deve ser diferente.
- Confiável (credible): projetar um ambiente seguro para o usuário.
- Valioso (valuable): deve trazer retorno para os patrocinadores, contribuir para melhora da performance e satisfação do cliente.
4. Responsividade
Em 2023, as novidades no figma, dão ainda mais atenção à responsividade e o quanto ter experiências que se adaptam a diversos dispositivos é importante, proporcionando uma experiência consistente e otimizada.
5. Feedback
Envolve a coleta de relatos e opiniões dos usuários sobre um produto ou sistema. Independentemente de ser no meio digital ou físico, você deve procurar essas respostas: Como que os usuários chegam? Como são recebidos? Como vão navegar? Estão confortáveis? Vão voltar? De onde vem o incômodo? Qual a causa raiz?
6. Personalização
73% dos consumidores esperam ser compreendidos. Isso acontece quando as necessidades, expectativas e experiências do usuário são o ponto central do processo de criação. Por exemplo, a empresa Spotify que utiliza o seu histórico de músicas ouvidas para gerar um mix personalizado de acordo com seu artista, gênero musical ou astral.
7. Faça pesquisas
Experiências boas marcam tanto quanto más experiências. Entenda a zona de tolerância, até onde é aceitável para seu público? O que eles esperam? Como a experiência impacta na visão da marca? Como conseguir todas essas informações de maneira objetiva e com resultados claros? Com muita pesquisa, pesquise de todas as maneiras que conseguir. As pesquisas são fundamentais para entender os usuários, identificar problemas, validar ideias e garantir que a experiência do usuário seja relevante, eficaz e agradável.
8. Para criar soluções de design
1 – Planeje: Entenda o projeto, seu objetivo, prazo, as pessoas que irão se beneficiar com a solução;
2 – Prepare-se: Reúna todas as informações disponíveis, agende reuniões com as pessoas que podem te ajudar e entrevista com usuários;
3 – Pesquise: investigue os dados em diversas fontes, entenda soluções já testadas e supostas soluções, pesquise com usuários;
4- Analise: Com todas as informações obtidas chegou a hora de analisar e organizá-las. Separar o que é útil para esta solução e guardar o restante para outro momento;
5 – Descoberta: Já é possível identificar qual a melhor solução para o projeto;
6 – Socialização: Apresente a equipe suas ideias e os dados obtidos.
Soft skills
1. Seja Curioso
Estude tudo, não demonstre amadorismo, tenha liberdade para experimentar, questionar e entender. Afinal, será que a curiosidade matou o gato de tanto conhecimento? ????
2. Liderança e Influência
Comunique com todas as equipes, entenda seus objetivos e quem vai ser impactado quando o objetivo for atingido. Após analisar os resultados, você pode documentar e utilizar eles para socializar dentro da empresa, obter mais ideias de soluções, entender o que já foi testado, conhecer os limites da empresa e dos seus profissionais. Tudo isso tem impacto no resultado final.
3. Organização e Confiança
O que torna um profissional valorizado? Gerar benefícios e resultados para a empresa! Por vezes vamos seguir processos de outros profissionais ou vamos criar os nossos próprios, independentemente disso, você precisa ter documentado o caminho que fez, e ter o conhecimento e confiança em explicar se e quando for necessário. É interessante apresentar as atualizações a todos os envolvidos ao projeto, mas se atente para quem as informações são compartilhadas, para que tenham relevância e saibam interpretá-las.
Outras habilidades
Existe aquele conhecimento que você conquistou ao trabalhar como engenheiro, vendedor, técnico de computadores, etc. Todo conhecimento que adquirimos ao longo da vida não é perdido, afinal…
Nada se perde, tudo se transforma.” – Lavoisier, 1785.
Como Iniciar Uma Carreira em UX: Fundamentos e Soft Skills: Considerações Finais
Com isso é possível entender que o profissional generalista mapeia dores, entende do negócio, conversa com todos os times, cria várias soluções, testa com os usuários.
Seja generalista no início e vá se especializando conforme sua experiência, objetivos e oportunidades do mercado. Precisa ter maturidade para entender que sua carreira precisa ter um planejamento, como de uma empresa, assim pode ser mais fácil de gerenciar objetivos, esforço, lucro, perdas, etc. É essencial entender o processo e como você se encaixa, qual o seu papel e o esforço necessário. Boa sorte!