Quero despedir-me.

[Nota do editor: este artigo foi originalmente publicado em Agosto de 2016 e revisto de forma a melhorar a compreensão e a pertinência do mesmo].

Estás saturado? Já deste tudo o que tinhas a dar? Só a visão da máquina de café do escritório dá-te suores frios?

Se já não há trabalhos para a vida então é normal que, mais cedo ou mais tarde, todos acabemos por passar por esta situação. Especialmente profissionais de IT como tu, com tantas oportunidades por aí!

Mas antes de jogares a cartada final, lê este artigo e garante que a tua decisão é racional e informada.

Qual a razão para te sentires assim?

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É normal tomarmos decisões precipitadas quando nos sentimos em baixo ou chateados. É importante que reflitas sobre as verdadeiras razões por trás da tua decisão. É algo que possas mudar? Às vezes, pequenos ajustes podem levar a uma experiência totalmente diferente. Será que queres mesmo seguir em frente? Há alguma coisa que possas resolver?

Informa-te sobre os teus direitos e deveres.

Se estás a pensar em chegar ao escritório e fazer uma grande despedida de um dia para o outro… calma!

A menos de trabalhes a recibos verdes, é necessário avisares, com 15, 30 ou 60 dias de antecedência, que te vais despedir ou então arriscas-te a pagar uma indemnização à empresa. Caso tenhas dúvidas sobre qual o período que se aplica à tua situação, consulta o teu contrato de trabalho!

Tem em consideração ainda que:

  • Caso não cumpras os prazos do pré-aviso, arriscas-te a ter que pagar uma indemnização à tua empresa.
  • Os despedimentos por iniciativa própria não têm direito a indemnização nem à grande parte das regalias que estão incluídas num processo de despedimento iniciado pela empresa ou na situação em que te despedes por justa causa;
  • Podes usar as tuas férias para diminuir o número de dias incluidos no pré-aviso.

Age da forma certa.

Eis um conselho do nosso COO, Duarte Fernandes:

Esta é óbvia… mas a verdade é que há coisas tão óbvias que nem lhes ligamos. Que nem te passe pela cabeça dar esta notícia por e-mail ou telefone. Vais deixar a sensação aos outros que não tens coragem de lhes contar na cara. Queres mesmo ser essa pessoa?
Deves fazê-lo num local privado em que apenas estejas tu e a tua chefia/patrão. Quando chegares ao escritório nesse dia, procura o teu chefe e diz-lhe: “Chefe, preciso de falar consigo ainda hoje. Quando tem 10 minutos?”
Se der para lhe pedires essa pequena reunião com 1 ou 2 dias de antecedência, melhor ainda, mas não deixes passar mais que isso.
Fala primeiro com a tua chefia e deixa que seja esta a decidir como deves proceder no que respeita à comunicação a colegas e formalização aos Recursos Humanos.
No caso de teres diferentes chefias, o meu conselho é que fales com aquele que “manda mais” ou que tem sido o maior responsável pela tua gestão. No entanto, aqui reina o bom senso.” – Duarte Fernandes, COO da KWAN

Reúne contactos e informações.

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Antes de saíres, certifica-te que não deixas escapar nenhuma oportunidade. Fala com os teus colegas sobre possíveis oportunidades e aproveita para recolher feedback valioso para poderes evoluir profissional e pessoalmente.

Pesquisa sobre o mercado.

É comum alguém chegar à entrevista sem saber exatamente qual o valor que o mercado está a pagar pela sua posição. Para te colocares em vantagem, utiliza a nossa calculadora salarial para não dares um “tiro no escuro” quando te perguntarem pelas tuas expectativas salariais.

Saberes quanto mereces é necessário!

Atualiza o currículo e personal branding.

Eu sei, acabaste de sair e a última coisa que queres pensar é no stress envolvido em atualizar o currículo. Mas não penses nisto como uma simples atualização. Assume uma atitude retrospectiva e tira as tuas conclusões de como evoluíste no teu último cargo, porque mais importante do que o cargo que tiveste, é a experiência e lições do mesmo. A partir daqui podes simplesmente atualizar o teu LinkedIn e utilizar uma ferramenta que gera um currículo através do perfil, tal como o Resumonk.

Simples e eficiente!

Relaxa e pensa bem no próximo passo.

Uma das piores sensações que pode vir com a saída é a ansiedade. A urgência de encontrar algo novo apodera-se de nós e faz-nos querer saltar à primeira oportunidade. Ignora esta sensação. Reflete bem sobre as razões que te levaram a sair – o que mais gostavas, o que menos suportavas – tudo o que fazia parte do teu antigo emprego e cria uma lista de necessidades pessoais para o teu próximo desafio. Podem ser algo como um bom balanço entre a vida e o escritório, mais dias de férias ou a possibilidade de trabalhar em casa. Não tenhas medo de assumir o que queres para ti. É a única maneira de assegurares que o próximo lugar será melhor que o anterior.

Resumindo, pondera bem antes de agir, pesa bem todos os factores que te trouxeram a este momento e decide muito bem o próximo passo.

Se estás decidido, então sai a bem! Por mais saturado que estejas lembra-te que o teu caminho pode voltar a cruzar-se com o da tua empresa atual, por isso vais vale dares o teu melhor também no momento de dizer adeus.