O Futuro do Metaverse: a Visão de 5 Empresas Que Estiveram no Web Summit

Mobilidade, avatares realistas, experiências realizadoras e propriedade de bens são alguns dos temas discutidos como sendo parte do futuro do Metaverse. Assistimos às talks de 5 empresas relacionadas com este tema e contamos-te tudo neste artigo.

Este ano, a Web Summit 2022 foi novamente acolhida pela cidade de Lisboa. Esta conferência internacional de tecnologia, empreendedorismo e inovação reúne oradores, investidores e as startups mais promissoras de todo o mundo.

Um tema que teve bastante relevo nesta conferência foi o Metaverse e aquilo que será de esperar no seu futuro. O Metaverse é uma rede de mundos virtuais interligados que eventualmente nos permitirão simular a realidade, com grande foco em conexão social.

Embora este conceito não seja novo, o Metaverse ainda se encontra na sua infância, com apenas alguns mundos criados. No entanto, são várias as empresas que lideram grandes projetos baseados em ideias daquilo que o Metaverse poderá vir a ser no futuro.

O Futuro do Metaverse: a Visão de 5 Empresas Que Estiveram no Web Summit

A KWAN esteve presente no Web Summit e vamos contar-te aqui em primeira mão o que os representantes das empresas Lighthouse, Reface, Everyrealm, Improbable e Yuga Labs partilharam relativamente ao futuro do Metaverse.

Desde a criação de sistemas de navegação no interior do Metaverse, a experiências realizadoras junto dos nossos maiores ídolos e influenciadores e até sermos proprietários de bens digitais como NTFs, aqui ficam as principais ideias destas empresas no que diz respeito ao potencial do Metaverse.

O Google Maps do Metaverse?

Lighthouse é uma empresa que desenvolveu uma plataforma de navegação que funcionará dentro do Metaverse como se fosse um Google Maps. Durante a sua apresentação no Web Summit, Justine Massicotte, co-fundadora e CTO da empresa, ressaltou a necessidade que existe de descobrir tudo aquilo que possa ser encontrado dentro do Metaverse.

A visão da empresa implica indexar, agregar e expor toda a informação necessária para que os utilizadores possam facilmente realizar pesquisas que os permitam movimentar pelos diferentes mundos do Metaverse.

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O Metaverse é intrínseca e inegavelmente um experimento social. Reconhecendo isso, através desta plataforma de navegação, os utilizadores poderão também encontrar os seus amigos e juntar-se a eles para aproveitar o que os mundos têm para oferecer.

Uma estrutura deste tipo ajudará o Metaverse a manter-se um espaço aberto. E a parte mais interessante? Este produto vai ser lançado muito em breve, fica atento!

Representações Faciais Hiper Realistas…Em Tempo Real?

A Reface é uma startup que combinou inteligência artificial e machine learning para criar uma aplicação social de face-swapping, que permite que os seus utilizadores se expressem livremente e criem conteúdo ilimitado (todos nós já experimentamos ver como ficaríamos no corpo das nossas celebridades preferidas).

Dima Shvets, co-fundador e CEO da Reface esteve presente no Web Summit para explicar porque é que o Metaverse precisa de um update para ser mais realista.

Do seu ponto de vista, enquanto utilizadores da Web, queremos sempre atingir um novo nível de experiências, queremos poder ser nós próprios, mas cada vez melhores. Shvets acredita que a Reface nos conseguirá ajudar a atingir esses objetivos em qualquer espaço digital.

Mais de 6 bilhões de vídeos foram feitos usando a aplicação Reface, o que permitiu à empresa verificar que uma das coisas mais importantes para os utilizadores é ter uma experiência cada vez mais realista e apelativa. 

Tendo isto em conta, a Reface criou uma arma secreta: O Metahead.

Esta nova tecnologia permite que os utilizadores criem representações faciais hiper realistas em 3D, em tempo real, usando apenas uma fotografia. Mas o que é que isto significa para o futuro do Metaverse?

Segundo Shvets, esta tecnologia irá promover mais experiências significativas em diferentes espaços de trabalho, comunicação e jogos. Promoverá também outras aplicações práticas com a criação de diferentes engines, avatares e flows de comunicação específicos (usando, por exemplo, plataformas como o Zoom).

O Metaverse Não Será Para Todos

Everyrealm é uma empresa empenhada no desenvolvimento e investimento no ecossistema imobiliário do Metaverse. Eles desenvolvem projetos e infraestrutura que trazem comunidades para este mundo virtual, e monetizam-nos ao cobrarem o acesso.

Durante a sua talk no Web Summit, Janine Yorio, CEO da empresa apresentou pontos de vista algo controversos relativamente ao futuro do Metaverse. Ela considera que este espaço será apenas baseado em videojogos como sendo a rede social das gerações Z e Alfa.

Muitas pessoas imaginam um cenário como o que se vê no filme “Ready Player One” quando pensam no que o Metaverse poderá vir a ser. Uma plataforma dependente de tecnologia de VR e AR onde se pode jogar qualquer tipo de jogo e fazer praticamente tudo

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Janine não acredita que esse seja o futuro do Metaverse. Tendo em conta que poucas pessoas têm equipamento VR (mesmo no meio de uma conferência tech), ela acredita que o Metaverse se irá adaptar ao hardware que a maioria das pessoas já possuem: smartphones, portáteis e consolas.

Além disso, ela defende que o Metaverse será apenas para os jovens da geração Z e Alfa. As crianças que cresceram durante a pandemia e passaram o seu tempo a jogar e a passar tempo com os seus amigos virtualmente.

Já existem vários mundos no Metaverse, mas os únicos capazes de atrair centenas de milhares de utilizadores são os que se baseiam em mecânicas viciantes de jogos como o Minecraft, Fortnite e Roblox.

Empresas que queiram ter sucesso no Metaverse, têm de aceitar e utilizar os jogos em seu proveito. Para poderem encontrar esta “geração Metaverse” e criar publicidade para ela, as empresas precisam de colocar os seus produtos no ambiente social de vídeo-jogos onde ela passa o seu tempo.

Janine também defende que os utilizadores da Metaverse não vão querer conteúdo igual ao que já existe na vida real, pois isso seria muito aborrecido. Na sua opinião, o que motivará novos utilizadores a juntarem-se a este mundo virtual é a possibilidade de serem criativos.

Relativamente aos métodos utilizados para lançar e comercializar no Metaverse, Janine crê que as empresas terão de se virar para uma nova geração de celebridades: os gamers, streamers e YouTubers. Estes serão os novos heróis do Metaverse.

Um Mundo de Experiências

Improbable é uma empresa britânica de tecnologia que procura criar novas formas de conectar utilizadores e criar valor através de mundos virtuais interligados. Herman Narula, co-fundador e CEO da empresa, explicou a importância de se conseguir proporcionar experiências através do Metaverse.

Narula defende que a evolução do Metaverse deve ser acompanhada de um manifesto prático. Um conjunto de princípios que devem ser seguidos para que este mundo virtual possa atingir algo de valor.

O CEO da Improbable descreveu a teoria da autodeterminação, para explicar o motivo pelo qual as pessoas apreciam videojogos. Elas apenas se querem poder sentir realizadas, seja por estarem a melhorar as suas competências, por sentirem que fazem algo de valor, ou por se sentirem valorizadas.

Por isso, a empresa tem tentado desenvolver novas formas de proporcionar experiências de valor dentro do Metaverse. Um dos aspetos que tentam sempre melhorar chama-se Operações por Segundo. Um conceito que basicamente determina o número de pessoas que um mundo consegue aguentar na perfeição ao mesmo tempo.

Por exemplo, enquanto que o Fortnite aguenta cerca de 10 mil operações por segundo, o que se traduz em cerca de 100 jogadores, um dos mundos criados pela Improbable, consegue lidar com cerca de 10 bilhões de operações por segundo.

Improbable consegue juntar até cerca de 20 mil pessoas de todas as partes do mundo que conseguem comunicar com as suas próprias vozes e interagir com os outros utilizados e eventualmente até com celebridades, estrelas desportivas e influenciadores de uma forma que seria muito difícil no mundo real.

Passando das experiências para os negócios, Narula defende que, atualmente, a Web3 é a melhor solução como ferramenta de gestão da economia do Metaverse. Esta evolução tecnológica inclui tokens não-fungíveis (NFTs) e outras criptomoedas.

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Para além das experiências e da economia, o último passo na construção do Metaverse inclui a descentralização. Isto implica mudar para um modelo que funcione mais como uma coletividade, onde a principal infraestrutura do Metaverse pode receber investimentos de várias empresas e onde o valor não resida ao nível da plataforma, mas sim ao nível da aplicação.

A Improbable está a tentar fazer isto com o projeto M2. Uma plataforma que vai ser propriedade de uma network que irá receber contribuições de várias partes.

Narula acredita que, a curto-prazo, o Metaverse será uma grande oportunidade económica. Não para empresas de videojogos (cujo ambiente já se encontra saturado), mas sim para todas as outras que querem proporcionar novas experiências ao interagir com as suas audiências.

A longo-termo, este espaço poderá tornar-se num motor de experiências realizadoras, de crescimento e de extensão social para os seus utilizadores.

Seremos Todos Proprietários Digitais?

Yuga Labs é uma companhia de tecnologia baseada em blockchain que desenvolve NFTs e colecionáveis digitais. Nicole Muniz, CEO da empresa, aproveitou a sua presença no Web Summit para nos explicar a importância dos NTFs no Metaverse e dar a conhecer o mundo que a sua empresa está a construir.

Do seu ponto de vista, NTFs são importantes no Metaverse pois atribuem propriedade a quem adquiriu qualquer tipo de bem. Neste espaço, os consumidores têm o poder de se transformarem em proprietários.

Assim, evoluir para a Web3 é fundamental para o funcionamento do Metaverse.  A Web3 permite que as pessoas online sejam proprietárias de si mesmas, da personagem que apresentam online e de todos os bens que esta possa possuir.

A Yuga Labs está neste momento a desenvolver o seu próprio mundo no Metaverse chamado OtherSide. Este mundo de jogo possui uma storyline, gameplay loop e muitas outras coisas para se fazer. Terá também 100 mil lotes completamente diferenciados e vários ambientes distintos.

Neste mundo, os utilizadores podem ser quem querem, têm propriedade sobre as suas identidades e podem fazer praticamente tudo o que lhes interesse. Eles poderão adquirir o seu espaço onde será possível construir qualquer coisa. Tudo o que for construído no seu espaço será propriedade sua.

Nicole espera que toda a propriedade construída neste mundo do Metaverse seja um dia transferível para outros mundos. Da mesma forma, gostaria que os utilizadores que se juntem a este mundo pudessem trazer consigo as criações que originaram noutros mundos.

O Futuro do Metaverse: a Visão de 5 Empresas Que Estiveram no Web Summit – Considerações Finais

Não existe qualquer dúvida de que o Metaverse é o futuro da forma como nos comunicamos online e nos expressamos. Contudo, esta revolução tecnológica está apenas agora a dar os seus primeiros passos e o seu futuro ainda é incerto.

Nesta edição do Web Summit, tivemos acesso a 5 diferentes pontos de vista relativamente àquilo que poderá ser o futuro do metaverse. 5 líderes de empresas nesta indústria deram-nos o seu parecer, partilhando connosco as suas expectativas da evolução deste mundo virtual.

NFTs, ambientes e avatares hiperrealistas, sistemas de navegação internos… o futuro promete!

Mas enquanto o Metaverse ainda não é aquilo que tu sonhas, tu tens uma decisão a tomar: queres esperar que o futuro chegue… ou queres ajudar a construí-lo?

Na KWAN trabalhamos todos os dias com projetos que nos vão levar a todos na direção de um Futuro Brilhante! Vem fazer parte dele, fala connosco.