No passado mês de Fevereiro, tive a oportunidade de estar presente na SINFO (kudos à organização pelo fantástico evento) por parte da KWAN.
Ingressar neste evento deu-me uma excelente oportunidade de investigação sobre a dev scene universitária e como esta actua dentro das restantes àreas de IT (ah, e o local estava cheio de empresas de recrutamento…)
Bastaram algumas conversas para perceber que havia um padrão presente: o medo de tomar o próximo passo, neste caso a entrada no mercado de trabalho, vinha sempre ao de cima.
Apesar deste padrão ser facilmente detectado naqueles que estavam prestes a acabar o mestrado/licenciatura e começavam a pensar no que iam fazer com o resto dos seus dias, todas as pessoas com que tive o prazer de falar, acabavam por demonstrar um sentimento que, como universitários e seres humanos, estamos demasiado familiarizados com - o sentimento da incerteza.
Aproveito para lembrar: o medo não é mau, mau é não "os ter no sítio" para enfrentar esse medo.
Ao atacarmos o tópico de “entrar no mundo real”, a primeira coisa que devo dizer é: não é o bicho de sete cabeças que os nossos professores e pais muitas vezes fazem parecer. Existe um universo infinito de possibilidades no que toca à vida profissional de cada um e essas posibilidades incluem a descoberta de novas pessoas, interesses, sítios e ideias - numa palavra, esse universo representa o crescimento de cada um de nós.
Mas para poder crescer da melhor maneira e fazer com que a nossa vida profissional seja idêntica ao momento em que o Leo ganhou o seu primeiro oscar, é preciso respirar e pensar - “mas o que é que eu quero tirar disto?”
A urgência

Muitos de nós passámos pela universidade sem realmente contemplar no que queremos para a nossa vida. Uma urgência artificial foi-nos imposta pelos nossos professores, pais, amigos ou media, urgência essa que se calhar te levou a escolher engenharia aeroespacial, quando o que realmente querias era criar o próximo flappy bird, mas como o teu grupo de amigos escolheram todos aeroespacial e tu não tinhas a certeza, foi ai que acabaste. Ou talvez escolheste informática porque ouviste do teu tio que ouviu no jornal da noite que a taxa de empregabilidade é alta.
Sejam quais forem as razões antes de entrar no mercado de trabalho - deves parar para pensar no que queres para ti e como o podes obter.
Avaliação
Na KWAN, sempre que temos um novo colaborador , analizamos o seu perfil para determinarmos qual a melhor empresa em que pode integrar - um bocado como o Tinder, só que não.
Tu deves fazer o mesmo. Não tens fit para todas as empresas, nenhum de nós tem e basta uma má experiência para pensares que o mundo de trabalho é um sítio horrível.
Não saltes à primeira oportunidade, pensa se a oportunidade se adequa à tua visão.
Onde te vês a trabalhar? Preferes usar um fato ou aquela t-shirt dos "pollos hermanos" que tens no fundo do armário? Num escritório ou num café? Em Portugal ou no estrangeiro?
Há muito por onde escolher e no final do dia irás reparar que uma boa culture fit leva aos melhores resultados.
A aprendizagem não acaba.
Um dos melhores livros que já li sobre desenvolvimento pessoal e empreendedorismo foi "Winning at the sport of Business" do Mark Cuban (sim, esse Mark Cuban).
No livro, o Mark partilha uma lição extremamente importante para qualquer pessoa prestes a integrar o mercado de trabalho.
"Find a job where you get paid to learn."
Ou seja, encontra um emprego onde sejas pago para aprender.
É tão simples quanto isso. A melhor maneira de adquirir experiência e crescimento profissional é "meter a mão na massa."
O medo…
É bom, até um certo ponto.
Significa que estás consciente que a tua vida vai mudar e a tua mente está a tentar adaptar-se à mudança vindoura.
Mas, não existe nenhuma razão para stressares ou perder sono com isto.
Se estás em constante aprendizagem e crescimento, tanto profissional como pessoal, as oportunidades estão lá, apenas tens de certificar-te que estás a progredir.
É preciso coragem. Sei que isto já parece um texto motivacional - mas - a vida é assim, se não estás a sair da tua zona de conforto, apenas existes e quem é que quer só existir?
Resumindo, o mundo de trabalho pode ser a melhor coisa que já te aconteceu ou um sinónimo de desespero e procrastinação, a escolha é tua.
Se precisares de ajuda, estamos aqui ou se preferires, envia-me um e-mail.
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